gpfDOZE
e meio.

sábado, abril 27, 2002

Ultimamente, TODO MUNDO tem me perguntado se eu estou revoltado com algo.
Sim, meus caros, eu estou revoltado com um zilhão de coisôncias (Sushi rochas, by the way) : Não sei em quem vou votar. Sim, eu quero votar, mas eu não faço idéia em quem. Sempre (e ainda agora) falei que vou votar no Sirkis, ou em qualquer outro candidato do Partido Verde que me agrade. Ainda mais que o Gabeira (o qual eu perdi completamente a imagem) foi para o PT, então o perdido encontrou os perdidos. Pra falar a verdade eu sei lá se eu realmente quero votar. Sei lá. Estou revoltado. Também estou revoltado comigo na escola. Por mais que minhas notas estejam boas, e eu esteja num limiar estável, não me agrada o fato de saber que eu fiz a prova de física inteira sem saber a matéria e ter descoberto as relações graças à professora, que colocou as fórmulas na prova. Tô meio frustrado com isso. Estou revoltado com comentários inúteis e desprezíveis. O que vem de baixo não me atinge. Estou revoltado com o Blogger, que me fez reescrever esse texto inteiro. Estou revoltado com pessoas que condenam minhas atitudes atuais por coisas passadas. Errar é humano, cacete. Qualquer um sabe que uma pessoa de 16 não tem a mesma cabeça de 15, nem 14, 13, 12... mas isso virar motivo de pentelhação, bah. Estou revoltado por não ter vivido minha adolescência nos anos 80 e início dos 90. Tá, isso é resultado de toda a minha influência nostálgica e principalmente do meu último texto, mas isso é normal. Mas, acima de tudo, estou revoltado porque eu sou adolescente. Eu explico. Todo mundo que passou por essa idade sabe como é. Não é possível alguém se manter sano após tanto tempo cultivando princípios, costumes e conceitos vê-los sendo quebrados, um a um. Ver cair várias máscaras e descobrir que tudo tem uma exceção - que, geralmente, pende negativamente para o seu lado. Estou cansado de ver gente que ao invés de ajudar, joga a experiência na cara assim como alguém deve ter feito uma vez com eles - depois falam que o problema é com a gente. Detesto, COMPLETAMENTE, quando me subestimam. Ah, é adolescente, tem muito o que aprender ainda. Tenho sim, mas não preciso do seu desprezo para saber disso. No fim, a revolta é apenas uma capa protetora da série de mudanças bruscas que acontecem nessa faixa de idade. Além disso, podemos usar esse argumento com essa idade - por mais esfarrapada que ela seja - pois acredito que com 30 usar um argumento desses não passa de idiotice. Mas, veja, como não sei de nada eu posso estar errado. E provavelmente alguém vai me jogar isso na cara mais pra frente - mas isso é assunto para outro texto. Sim, estou ouvindo Ira! Ah, se eu tiver me perdido nos argumentos, FODA-SE.

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dicas musicais
Ira! - Envelheço na Cidade
Ira! - Logo de Cara
Ira! - Dias de Luta
Rhapsody - Emerald Sword
Rhapsody - Holy Thunderforce

10:53 AM. [0] comentários

 

 

sexta-feira, abril 19, 2002

(post updated - em 20/4/2002, de manhã)

Aliás, vale colocar - GPF agora tem comentários de novo.
Desçam o verbo lá embaixo ou então no quadrinho ao lado. É um blog sem tem figuras, mas eu não resisto a enchê-lo de porcarias =P

remorsos.

...tá, eu tenho que admitir - uma das maiores frustrações da minha vida foi não ter morado em um prédio (ou então em um condomínio, ou até mesmo em uma rua mais afastada do movimento) com um monte de pessoas da minha idade - considerando, logicamente, que eu não seria antisocial - para fazer aquelas coisas de filmes americanos. Tipo, pegar sexta a noite e reunir todo mundo, umas dez da noite, para ouvir um som em volta de uma fogueira (claro, tem que ser no frio) ouvindo qualquer merda no rádio ou no violão, e o pessoal só falando merda, até umas duas da madrugada quando o pessoal começaria a se retirar. No sábado, sair andando pela cidade, - melhor seria se fosse em uma cidade pequena, com poucos carros, de preferência uma no estilo de Birigui, que aliás tem o fantástico Guaraná Paulistinha, o melhor refrigerante que eu já tomei na vida - sem rumo. De tarde, cada um fazendo merda no seu canto (de preferência jogando o bom Atari2600 ou Phantom System) e, no final da noite, repete a noite passada. No domingo, sei lá, acordar tarde. Ir jogar taco na rua até a mamãe chamar para o almoço, quando então sairíamos, comeríamos e voltaríamos para a casa de um dos indivíduos do grupo para assistir um filme bobo e imbecil americano, qualquer comediazinha de terceira linha serviria - que nem esses que passavam no SBT de tarde, antes de começar aquela Casa da Angélica, cujo programa corria totalmente em volta daquela música chata de taxi dela, e que eu não aguentava ficar ouvindo mas ficava para esperar o chaves e o chapolim no final da tarde, para então mudar para a Manchete e pegar seriados japoneses e Star Trek, a antiga geração. Comendo pipoca e com muita groselha, claro. Finalzinho de noite, aquele clima de choro (em volta da boa e velha fogueira, ouvindo alguma música depressiva que poderia até ser RPM) e de quero mais, mas tudo acaba e começa aquela rotina chata durante a semana para quando o fim de semana chegar começar tudo de novo. Pronto, falei. Aliás, eu já falei que eu sou nostálgico? Foda-se.

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Top 25 IRC AFFE NON-KAWAII Adesivos de carros.
25º - Esporte não é droga. Pratique.
24º - Pratique a cortesia.
23º - [nome da loja] automóveis.
22º - A inveja é uma merda
21º - Se eu não estivesse aqui, eu estaria [propaganda]
20º - Velocidade controlada por buracos.
19º - No Stress
18º - No Vaca
17º - Tá com pressa? Passa por cima!
16º - Nois capota mas não breca.
15º - Você já sorriu hoje?
14º - Bebê a Bordo.
13º - Eu acredito em doendes.
12º - Propriedade de Jesus.
11º - Xique nu úrtimo!
10º - Não é a mamãe!
9º - Lula 94 - Sem medo de ser feliz!
8º - É véio mai tá pago.
7º - Nao tenho tudo que amo mas amo tudo que tenho!
6º - Aqui só entra tchuchuca.
5º - Calma, bundão!
4º - Já fui assaltado!
3º - Eu visito o BBDD.
2º - Consulte sempre um advogado.
1º - Não sou o dono do mundo, mas sou filho do dono.

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campanha

///eu.odeio///
newmetal
i.:.i
newmetal é a escória do mundo
existe coisa pior que isso?


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links interessantes com os quais você viveria muito bem sem

Olhe e babe - Você achava que não era possível juntar um X-Box, um PS2, um GameCube, um Atari e um NES na mesma caixa? Pense de novo.
Sutil como um paquiderme - É, não é um De Merda ou então um Loser da vida, mas quebra o galho. Bons risos!
É ele! - Na telinha da Globo. Com vocês, Lombardi!

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dicas musicais

Tubaína - Bauru x BigMac
Against All Authority - Walk Like An Egiptian
Busters - We Are The Champions
Caphofo - Mamãe Quero Ser Punk

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considerações finais

Minha cabeça não anda boa. Aliás, ela nunca andou. Ah, quer saber? Lê o texto passado que você sai ganhando mais. Ficou interessante, ainda mais para quem é perdido no mundo. É isso.

11:01 PM. [0] comentários

 

 

domingo, abril 14, 2002

Tava com saudades de postar um texto aqui! ^^

(Real)idade? - by BillySky

... e caiu do 12º andar de seu prédio. Não sobreviveu, (praticamente) lógico.
Eu poderia dizer várias outras coisas sobre o ocorrido, mas não é necessário. Ele, Gabriel, era uma pessoa muito alegre. Alegre mesmo, daqueles que você nunca viu a pessoa sem estar sorrindo. Tristeza era uma coisa que parecia inexistente na vida dele, pelo menos para o que ele deixava a entender. Sempre tinha uma piada nova, algo novo para contar, era sempre um ombro amigo. Difícil mesmo era entender o que tinha acontecido.
Eu gostaria de colocar que ele também não foi assim sempre. Foi de um tempo pra cá que ele mudou - e muito, diga-se de passagem. Para ser mais exato, a partir do dia em que ele perdeu o pai, há cerca de uns 3 anos. Na época, tinha uns 14 anos, no início de sua real adolescência... foi um choque grande. Mas, por todos os casos, acabou mudando o jeito introvertido, possessivo e mimado de ser para uma pessoa extrovertida, liberal e divertida. Era o palhaço da classe, e nesse caso ele não era apenas um bobo alegre como os outros palhaços de classe costumam ser - ele aprendeu o dom de fazer as colocações perfeitas nos melhores momentos. Ouvir a voz dele era um relief, pois sabiam que dali vinham algo legal.
Vale também colocar que, naquela última semana, ele estava levemente estranho. Estava alegre, mas em alguns momentos você notava o fato dele estar meio pensativo, olhando para o nada e pensando, meio preocupado, em algo. Se você chamasse a atenção dele de alguma forma, ele rapidamente virava para você, já com o sorriso aberto. O medo talvez era o de que perdêssemos aquilo que estimávamos em uma pessoa que era mais do que amiga nossa.
Os gostos dele eram coisas duvidáveis, - curtia bastante Heavy Metal, Punk, Ska e Skacore, torcia para o Juventus, não gostava de batata-frita e macarrão mas adorava jiló - mas eram mais motivos para ele ter com o que brincar. Ele, certamente, colocava o bem-estar de todos na frente do dele próprio, era alguém que se sentia feliz quando aqueles em volta também estavam. Caso não estavam, era o trabalho dele assim os fazerem. Aliás, ele era amigo de todos... parecia ser a pessoa com a convivência perfeita.
Mas aquilo aconteceu, e infelizmente o sonho parecia ter acabado. Aquela pessoa não estaria mais entre a gente. Ele costumava dizer que era uma pessoa que parecia não ter muito tempo para viver (parafraseando Shinji, no primeiro episódio de Evangelion), e que então fazia tudo pois aquele dia parecia ser o último - e assim o fez, até o (real) último. Tinha um computador, no qual costumava escrever muitos textos, - que ele evitava mostrar para os outros, por motivos desconhecidos - colecionava vários recortes de músicas e tinha um cachorro, o Einstein, que estimava muito. Tinha um relacionamento muito bom com sua família também. A pergunta não queria calar: por que ele tinha feito aquilo?
Ele foi enterrado no mesmo dia do ocorrido, e aquilo chocou tanto às pessoas que na segunda não teve aula. Muitas pessoas se recusaram a ir no enterro ou no velório porque juravam de pés juntos que aquilo era mentira, era algo inventado. Mas, comparações a parte, assim foi. Como queria, foi enterrado ao som de All My Best Friends Are Metalheads (aliás, depois disso nunca mais ninguém ousou falar do Less Than Jake, ou pelo menos não publicamente) e com a sua camisa do Doug, a qual gabava-se de possuir. Passou-se um certo tempo e todos ainda sentiam falta dele, quando a surpresa chegou : sua mãe havia mandado chamar a gente para ver algo no computador dele.
Chegando lá, a mãe dele anunciou que era vontade dele que o computador dele ficasse disponível por mais ou menos uma semana para quem quisesse aproveitar algo, que assim fizesse. Após esse prazo, que o computador fosse formatado e tudo relativo a ele fosse esquecido, pois não era dever de nenhum ser vivo sofrer por causa dele. Dizia ele também que havia passado pelo mundo apenas para mostrar a todos que a vida é curta e devemos aproveitá-la a cada instante, fato que acabou sendo comprovado pela sua própria história - que, comentários a parte, todos diziam ter sido muito boa. A mãe dele (curiosidade foi o fato de nunca a termos visto antes) falou que não entendia nada de PCs, mas que gostaria que nós dessemos uma olhada naquilo. Cada um deu uma olhada no pc em geral, mas ninguém ousou olhar muito - como se alguém estivesse observando e respeitando uma pseudoética. Todos foram embora e eu fiquei, acabei sendo o último a dar uma olhada no computador. Li alguns dos textos dele, e reparei que a maior parte destes eram depressivos - o que explica o motivo dele ter tanto receio de mostrá-los, não queria parecer hipócrita. Também havia escrito uma série de cartas, que posteriormente compreendi serem endereçadas à seu pai, o qual nunca teve a oportunidade de se despedir - aí então também entendi o porquê dele ter mudado tanto.
Eu resolvi dar um tempo no pc. Era muita coisa para pouco tempo. Resolvi ir andar um pouco, aliviar um pouco a mente... ainda não acreditava que estava ali, fazendo aquilo por causa de alguma coisa que dificilmente poderia acontecer e aconteceu. Fui até a sacada, e evitei ao máximo olhar para baixo, ver a ultima visão que Gabriel teria tido antes de cair. Acabei não conseguindo segurar, e olhei. Naquele instante, tudo parecia inexistente e nada podia me afetar. Olhar tudo de cima parecia tornar-nos extasiados, dopados por algo que aliviava-nos da dor e das preocupações do mundo. Parecia uma droga agindo no sistema nervoso, deixando-nos cada vez mais lentos até sermos totalmente paralizados e, então, deixar-se levar pelo ambiente. Quando dei por mim, estava perdido e reparei algo que eu, em princípio, não gostaria de encontrar - um possível motivo para suicídio.
A maior revelação ainda estava por vir. Encontrei, por fim, o diário dele. Tinha uma senha, mas resolvi tentar. Parecia anti-ético, mas eu sabia que aquilo estava ali por algum motivo. Ele, no fundo, não era uma pessoa de todo feliz e o fato de estar guardando isso para si era muito nobre, no entanto isso custava muito para o psicológico dele. Nada dele parecia não fazer sentido. Ali estava o motivo. A senha não seria algo muito difícil de descobrir (o nome de seu cachorro, Einstein), mas talvez se entender no meio das anotações fosse o mais importante. Algo muito extenso, que incluia um grande número de datas - todas repletas de informações de coisas novas que ele havia feito e, principalmente, com informações sobre bandas. Portanto, todos os dias começavam com: "Hoje eu descobri que...", seguido por informações que não acabavam mais.
O último dia que foi escrito, coincidência ou não, marcava a data na qual ele havia mudado de comportamento, aquela mudança na sua alegria constante. Ali, naquela página, estava escrita a sentença que ficaria marcada em minha mente até hoje :

"Hoje, eu, Gabriel, descobri o que é amor. Também descobri que foi hoje que minha vida começou a acabar."

12:56 AM. [0] comentários

 

 

gpf, by billy.