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e meio.

terça-feira, junho 15, 2010

are quite rare but I don’t care - explico. em outubro, vi pela internet uma notícia que falava do ultimo dia de inscrições para voluntariado na copa 2010. inscrição feito meio no impulso, ficou perdida nos anais da história e da minha mente, já que eles anunciavam respostas até dezembro/janeiro e nada apareceu. em fevereiro, um chamado para entrevista (que aconteceu pós-carnaval e merece uma história por si só). mais um mes, a confirmação de que eu tinha sido aceito. tudo isso, conjugado ao fato de que uma semana antes do email da entrevista eu tinha pedido para adiar meu começo no trabalho para resolver alguns problemas em santos - ou seja, começava aí uma grande correria que, felizmente, terminou comigo, aqui, à vista do Cape Town Stadium, na Cidade do Cabo, África do Sul.

nao pretendo entrar em explicações muito profundas - afinal, quantas vezes se tem a oportunidade de estar aqui? - mas explicarei algumas coisas simples, só como base para diversas outras histórias que hei de contar aos amigos quando retornar.

a primeira de todas é que não conheço nem conhecerei o país inteiro, mas Cape Town não é um décimo do que se fala na mídia. lembro claramente das notícias que saiam na midia (e me eram repassadas por minha mãe), e embora tenha visto muita desigualdade por aqui, o país me parece muito - e voces já devem ter visto isso pelas imensas reportagens pré-copa - o Brasil. aliás, pensem: quais são as notícias do Brasil que deve chegar aos turistas de fora?

a comparação já é batida pelo que eu vejo de notícias na internet, mas enfim: se johannesburg é são paulo e cape town é rio, estou no lugar certo.

o relacionamento entre brancos e negros aqui é o mesmo que imagino, em termos, o Brasil ter visto ao fim da lei de escravidão - ressentimento, e uma mudança de consciência que só o tempo, pouco a pouco, consegue reatar. ainda assim, pra um país que deixou um regime brutal há pouco tempo, o poder e carisma de Mandela - carinhosamente chamado de Madiba - já trouxe, sim, alguma paz e compreensão entre etnias para um país multicultural e, sem duvida nenhuma, maravilhoso. as paisagens costeiras do Western Cape, sobretudo as do Cape Point e Cabo da Boa Esperança, são ímpares no mundo e entram em qualquer lista de mais bonitos lugares do mundo.

o clima capetowniano é bem peculiar, em especial agora no inverno. voce acha que já viu mudança de tempo rápida em São Paulo? pense de novo. aqui são uma e meia da tarde e, desde as nove da manhã, já tivemos tres períodos de sol intercalado com três pancadas de chuva. para aprender e regressar aqui no verão, quando as temperaturas são mais altas e o clima, estável (sorte dos nossos amigos de Durban, que estão nos 28 graus e sol constante neste inverno).

alugamos uma casa em cinco - eu, Rafa, Diana, Gustavo e Kiko - e, juntamente com nosso agregado Maurício, sentimos um pouco o peso da idade e da modernidade: nunca haviamos nos visto antes! nos conhecemos pela internet, procuramos uma casa pela internet, fechamos um contrato de 40 dias com a landlord da casa - que, inclusive, não exigiu nenhum pagamento antecipado - e vimos se tudo isso ia dar certo in loco. e não é que deu?

e por fim, o trabalho. acho que o Mau fez um trabalho muito melhor do que eu em descrever a experiencia do dia-a-dia no estádio, mas em resumo a experiência é impressionante. trabalhos operacionais, sim, que não exigem nada mais do que a sua presença de espírito, algum bom senso e muita paciência.

o contraponto? a experiência de estar no meio do maior evento do mundo. ke nako!

8:29 AM.

 

 

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