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e meio.

segunda-feira, dezembro 29, 2003

one night doesn't mean the rest of my life! comparativamente, tenho certeza que 2003 foi um dos dois anos mais alegres da minha vida - não que eu não ache que tenha sido o mais, mas é que não tenho certeza para fazer tal afirmação, então deixo o outro como margem de erro :P acho quem esteve comigo durante esse tempo pôde reparar bem isso, até mesmo pelo mood dos meus posts. sendo assim, vejo que terminar o ano com um post totalmente tomado por desabafos é, além de bobo, inconsistente. mas, até aí, não estamos todos os dias do ano com um sorriso no rosto e, mesmo que esse seja o meu objetivo, não vale a pena fingi-lo esperneando psicologias de ska 364 dias por ano.

mas o fato é que esse post de final de ano já era planejado desde uma certa infecção de garganta - se não me engano a última que tive, em novembro. Já que eu teria que ficar na sala de espera do médico, que pelo menos fosse lendo alguma coisa diferente, que não fossem as revistas que já havia lido e relido um mês antes. Peguei um livro na casa do meu pai que me atraiu pelo nome que, ironicamente à época em que nos encontramos, se chamava "Feliz Ano Velho", do Marcelo Rubens Paiva.

O livro, grande hit da época, teve sua primeira edição em 1982 e chegara as minhas mãos em sua 82ª edição, datada de 1994, conta a vida do próprio autor, deficiente físico por causa de um mergulho num lago de meio metro enquanto bêbado, No livro, ele relata, intercalando sua visão do hospital horas após o mergulho e sem saber o que tinha acontecido com relatos e lembranças de sua infância. O próprio Marcelo cita, nas últimas páginas, que não pretende passar lições ou ser herói, ele é simplesmente um produto do destino. Não terminei de ler o livro, mas mediante a própria colocação do autor de não querer passar nenhuma moral, resolvi acreditar que a mensagem que ele tinha pra me passar estava muito antes do final, ali na página 52 da minha versão, que falava exatamente o seguinte:

"Uma vez, no Rio, eu estava de férias passeando no carro da Nesita, quando parou um ônibus ao meu lado. Olhei e tinha uma menina linda me olhando. Dei uma piscada para ela e ela retribuiu com um beijinho. Então dei uma lambida nos meus lábios e ela me fez uma careta. Depois rimos, e, quando o ônibus partiu, ela mandou um tchauzinho bem íntimo. Fiquei morrendo de vontade de parar o carro, subir no ônibus para conhecer a garota. Deve ser uma menina legal, pra corresponder assim a uma brincadeira. Mas deixa ela ir embora. Pode ser que uma palavra estraque tudo. Essa cena nunca mais saiu da minha cabeça, nem o rostinho bonito dela. (...) Na minha vida existem lugares, cenas, palavras que eu amo com um grande respeito. (...) E como dizia Vinícius de Moraes, mais ou menos assim: O amor não é para ser eterno, mas sim infinito enquanto dure."

E é isso. Cássia Eller ainda catalizou a informação, naquele "se lembra quando a gente / jurou um dia acreditar / que tudo era pra sempre / sem saber que pra sempre / sempre acaba", no que deve ser a coisa mais citada em toda a história do meu diário que não é nem um pouco diário. A mensagem é simples, não-direcionada e clara: aproveite a vida :)

Se esse ano que termina eu não fui um bom garoto, acredite: não é ano que vem que eu pretendo me endireitar. Sendo assim, desculpem por tudo que eu possa ter feito - não foi por mal. Eu, pelo menos, nunca fiz algo querendo o mal. A todos os/as camaradas e amigos que neste ano estiveram ao meu lado, tudo o que de melhor puder acontecer para vocês amanhã. E depois de amanhã. E assim sucessivamente. Mesmo que eu tenha deixado esse texto em especial para essa data, não deixem para uma data arbitrária o dia da sua mudança se é que você quer mudar.

E para mim, em especial, um desejo especial: PARAR DE USAR CLICHÊS, MESMO QUE VOCÊ ALERTE AS PESSOAS DE QUE ISSO É UM CLICHÊ! DESCLICHEZAR UM CLICHÊ JÁ VIROU CLICHÊ, CACILDIS!

Beijôncios, pessoal. Bom início de 2004 pra todo mundo. Free your mind!
...
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ai ai... só vocês mesmos... :))))) =*******

8:17 PM. [0] comentários

 

 

sábado, dezembro 27, 2003

'cause London is drowning and... I live by the river! São 11 da noite. Acordei fazem onze horas, não fiz nada o dia inteiro, li um capítulo de um livro que é um saco (e olha que ontem e anteontem foram suficientes para devorar um outro livro) e, de quebra, assisti Kanon - INTEIRO, os treze episódios, um atrás do outro. Now, c'mon, ask me about my fucking day, my unhuman thoughts and my damn mood. Caution! bad hair day.

GPF-no-ie do dia >>> inicialmente era "sempre que estiveres na merda, lembre que existe alguém pior". prefiro deixar "não limpe a sua lista de músicas em períodos de depressão/pós-depressão" porque pode ter certeza que você vai deletar músicas de bandas que já te fizeram feliz alguma vez na vida, mas aqueles lixos do tipo Jon Bon Jovi sempre vão continuar na sua lista e, de brinde, você ainda vai lembrar de pegar mais músicas de algum conjunto emo.

11:01 PM. [0] comentários

 

 

domingo, dezembro 14, 2003

it's none of my business, but I'm gonna make it mine! Um certo Fran's Café é o cenário - nenhum conhecido ou existente, pois se tratava de uma cidade pequena e do litoral, porém não Santos (ou talvez até fosse, só não conheci reconhecer o local). Era como se fosse a loja térrea de um prédio residencial, com as três ou quatro mesinhas ao ar livre seguindo a linha do prédio. Digo três ou quatro porque o lugar era bem pequeno, tipo aqueles locais que a gente agradáveis que a gente acha e depois abandona quando fica muito mainstream. A garçonete, uma só para toda a loja, conhecia a gente e, claro, acabamos conhecendo bem ela também. Todo o pessoal morava na mesma cidade (hurray! \o/), e de alguma forma engraçada nós eramos mais velhos... não muito mais velhos, mas tinhamos as nossas preocupações e vidas, tanto que combinávamos de se encontrar in a regular basis na mesma mesinha, no mesmo lugar. Vezes que eram verdadeiras confraternizações, vezes que eram minguadas as presenças... imagina o amigo secreto acontecendo num lugar desses!

Na verdade, eu tinha sonhado mesmo com várias passagens no café, mas eu só me lembro da final (e mais pertinente delas). Curiosamente, lembro-me de uma: a Cliff tinha vindo pra São Paulo tentar resolver alguns problemas quanto a seu histórico escolar enquanto ela morava aqui (?), e acabou por ficar sem saída quando questionada de suas saídas secretas com o Kensuke (?!!). Oh well, os sonhos.

Mas, na noite em questão, a brisa noturna corria agradável, jogando todo o bafo do dia para uma vaga lembrança. Grande parte do pessoal tinha estado lá, papos e conversas para todos os lados. Pouco após às 10 da noite, esse pessoal foi praticamente todo embora, afinal, "amanhã é dia de branco" e tal. Não era natal nem festas, essas burocracias modernas. Ficou eu e mais alguém (o qual eu não posso afirmar 100%, mas que parecia ser o Prado), e a gente papeando, lá. Do nada, aparece a Fê, sumida há tempos. Juntou-se a nós, desculpou-se pelo atraso e continuamos o "ritual" dos encontros... conversas aleatórias correndo solta. Eis que, então, no vagar das observações, a gente vê a lua... bem cheia, e rente ao horizonte. Isso que eram dez e meia da noite, a lua, rente ao horizonte? Algo parecia estar errado... Either way, estávamos longe da praia e a falta de prédios nos deu uma visão fantástica da lua no horizonte, não atrás de algum morro. Um momento único!

Ainda assim algo não encaixava... como é que, depois de tanto tempo naquele ambiente, tantos dias de encontros, tantas conversas, nunca tinhamos visto algo parecido? Convencemo-nos de que estávamos diante de um espetáculo único e que continuava, e continuava... a noite nos acolhia. A lua ficou ali, nos olhando, dez minutos, quinze... já havíamos voltado para nossa conversa, mas aquela imagem nos prendia. Surpreendentemente, dali a pouco a lua "apaga". Na verdade, só o miolo dela apagou, porém continuava com uma aura reluzente. Ela começou a andar pelo céu como que seguindo seu caminho normal, porém mais rápido, bem mais rápido. Deixava um rastro de faíscas, como um cometa ou uma estrela cadente - com a qual confundimos a lua, inicialmente. Um espetáculo infinitamente superior ao daquela lua que nos olhava, no horizonte... mas ainda assim peculiar, devido à sua natureza!

Perdemos o ângulo de visão da lua por alguns momentos, por causa do prédio. No entanto, ficamos esperando que ela mergulhasse no horizonte oposto, o que aconteceu um ou dois minutos depois, deixando estampada na minha mente (talvez não por muito tempo, infelizmente) aquele rastro... aquele mergulho...

... e aquela volta à conversa, e aqueles comentários bestificados sobre o fenômeno, e o tremor de terra, e o susto, e o grande cogumelo amarelo que se levantou no mesmo lugar do mergulho. A lua caiu.

fade-to-white.

8:22 PM. [0] comentários

 

 

gpf, by billy.