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e meio.

domingo, dezembro 14, 2003

it's none of my business, but I'm gonna make it mine! Um certo Fran's Café é o cenário - nenhum conhecido ou existente, pois se tratava de uma cidade pequena e do litoral, porém não Santos (ou talvez até fosse, só não conheci reconhecer o local). Era como se fosse a loja térrea de um prédio residencial, com as três ou quatro mesinhas ao ar livre seguindo a linha do prédio. Digo três ou quatro porque o lugar era bem pequeno, tipo aqueles locais que a gente agradáveis que a gente acha e depois abandona quando fica muito mainstream. A garçonete, uma só para toda a loja, conhecia a gente e, claro, acabamos conhecendo bem ela também. Todo o pessoal morava na mesma cidade (hurray! \o/), e de alguma forma engraçada nós eramos mais velhos... não muito mais velhos, mas tinhamos as nossas preocupações e vidas, tanto que combinávamos de se encontrar in a regular basis na mesma mesinha, no mesmo lugar. Vezes que eram verdadeiras confraternizações, vezes que eram minguadas as presenças... imagina o amigo secreto acontecendo num lugar desses!

Na verdade, eu tinha sonhado mesmo com várias passagens no café, mas eu só me lembro da final (e mais pertinente delas). Curiosamente, lembro-me de uma: a Cliff tinha vindo pra São Paulo tentar resolver alguns problemas quanto a seu histórico escolar enquanto ela morava aqui (?), e acabou por ficar sem saída quando questionada de suas saídas secretas com o Kensuke (?!!). Oh well, os sonhos.

Mas, na noite em questão, a brisa noturna corria agradável, jogando todo o bafo do dia para uma vaga lembrança. Grande parte do pessoal tinha estado lá, papos e conversas para todos os lados. Pouco após às 10 da noite, esse pessoal foi praticamente todo embora, afinal, "amanhã é dia de branco" e tal. Não era natal nem festas, essas burocracias modernas. Ficou eu e mais alguém (o qual eu não posso afirmar 100%, mas que parecia ser o Prado), e a gente papeando, lá. Do nada, aparece a Fê, sumida há tempos. Juntou-se a nós, desculpou-se pelo atraso e continuamos o "ritual" dos encontros... conversas aleatórias correndo solta. Eis que, então, no vagar das observações, a gente vê a lua... bem cheia, e rente ao horizonte. Isso que eram dez e meia da noite, a lua, rente ao horizonte? Algo parecia estar errado... Either way, estávamos longe da praia e a falta de prédios nos deu uma visão fantástica da lua no horizonte, não atrás de algum morro. Um momento único!

Ainda assim algo não encaixava... como é que, depois de tanto tempo naquele ambiente, tantos dias de encontros, tantas conversas, nunca tinhamos visto algo parecido? Convencemo-nos de que estávamos diante de um espetáculo único e que continuava, e continuava... a noite nos acolhia. A lua ficou ali, nos olhando, dez minutos, quinze... já havíamos voltado para nossa conversa, mas aquela imagem nos prendia. Surpreendentemente, dali a pouco a lua "apaga". Na verdade, só o miolo dela apagou, porém continuava com uma aura reluzente. Ela começou a andar pelo céu como que seguindo seu caminho normal, porém mais rápido, bem mais rápido. Deixava um rastro de faíscas, como um cometa ou uma estrela cadente - com a qual confundimos a lua, inicialmente. Um espetáculo infinitamente superior ao daquela lua que nos olhava, no horizonte... mas ainda assim peculiar, devido à sua natureza!

Perdemos o ângulo de visão da lua por alguns momentos, por causa do prédio. No entanto, ficamos esperando que ela mergulhasse no horizonte oposto, o que aconteceu um ou dois minutos depois, deixando estampada na minha mente (talvez não por muito tempo, infelizmente) aquele rastro... aquele mergulho...

... e aquela volta à conversa, e aqueles comentários bestificados sobre o fenômeno, e o tremor de terra, e o susto, e o grande cogumelo amarelo que se levantou no mesmo lugar do mergulho. A lua caiu.

fade-to-white.

8:22 PM.

 

 

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