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e meio.

segunda-feira, setembro 22, 2003

and all the times you thought that you were wrong - and you were right se eu precisasse nomear uma das maiores mudanças minhas durante esse tempo de colegial, acho que fora o fato de eu ter ficado lesado quando se trata de tomar alguns tipos de atitude eu certamente reconheço que sou praticamente um maníaco musical. nada de lp-filia, em respeito os mais velhos, mas simplesmente em gostar de estar sempre ouvindo música, encontrar paralelos da vida em letras musicais, pensar em hipóteses nas quais músicas se encaixariam, imaginar videoclipes... manias que, depois de um certo tempo, eu já praticamente incorporei na minha pessoa.

tá, o comentário sobre lp-filia foi escrotamente escroto. deixa ele pra lá.

mas, voltando à vaca fria, posso citar como exemplo o fato de que eu, não sei porque cargas d'agua, toda vez que estou cantando/ouvindo uma música mais pra baixo, eu imagino um videoclipe de alguém andando na rua aleatoriamente - talvez seja síndrome de Bittersweet Symphony. outro caso, neste mesmo exemplo, é que essa minha mania por ska me fez pensar que, em algum lugar do mundo, em alguma hora, uma banda de ska deveria fazer um clipe onde todos tocavam seus instrumentos andando de bicicleta. se alguém, qualquer dia, me ver andando de bicicleta, pode conferir >> se eu estiver ouvindo uma música, eu estarei:

- batucando nas minha coxas;
- estalando os dedos;
- fazendo barulhos engraçados com a boca;
- balançando a cabeça ao ritmo (que eu acho que seja o) da música;
- cantando; ou
- tocando air-trombone ou, ainda,
- qualquer combinação dos elementos acima que respeite o fato de eu ter somente dois braços, duas pernas, uma boca e não dominar a bicicleta de forma invejável.

crazy people.

no aspecto verificar letras de música, eu comecei a procurar as letras das músicas que eu mais ouço em determinado momento - as más-línguas dizem que geralmente a música representa o seu estado de espírito, o que eu acho simplesmente leviano demais, but nevermind. é uma característica certamente de quem está ficando velho, porque até um tempo atrás eu simplesmente me contentava em curtir o ritmo da música, mesmo que isso significasse que eu estivesse declarando ao mundo algum segredo bizonho - naquele estilo de quando você vê alguém escrevendo algo em uma língua totalmente desconhecida aos demais, e imagina "viadinho", "sou uma puta paga" ou qualquer outra expressão depreciativa. neste mar de conhecer músicas, você descobre que existem umas que simplesmente não possuem sentido nenhum, outras que simplesmente são o oposto do seu espírito e, por fim, miscelâneas - como, por exemplo, reparar que o primeiro do cd do Los Hermanos é fenomenal mas que todas as 14 músicas tratam exatamente do mesmo assunto (assim como 90% do mercado fonográfico, mas de uma forma muito explícita), incluindo o fato de aproximadamente 21% das faixas deste começarem por nomes de mulheres.

aliás, nesse negócio de calcular coisas inúteis, me peguei outro dia no shopping utilizando uma fórmula de física para descobrir quanto tempo um peixinho demoraria para cair, aproximadamente, da maior cachoeira do mundo (de acordo com uma bandeja do McUrgh) >>> os 14,1s que ele demoraria para cair certamente o matariam de parada cardíaca antes que ele se desse conta do pulo.

crazy people.

mas é claro que, fugindo do lado bizonho da coisa, existem coisas que merecem pertinência. perdi a conta de quantas (e quais) músicas eu dedicaria a várias pessoas da minha vida. claro que, comentário à parte, isso se dá simplesmente ao fato de reparar a existência de zilhões de melodias no mundo e você, por acaso, se identifica com algumas, mas damn it. é bacana esse negócio de encontrar paralelos musicais, é confortante (por mais que não saiba) o fato de descobrir que isso não é uma coisa isolada e que alguém já passou por isso. outro dia li uma entrevista que questionava o fato de se utilizar o Corão, que é BEM antigo, como método de vida para as pessoas (curioso, algum reporter já fez essa pergunta sobre a bíblia?); sei que a resposta foi mais ou menos igual à conclusão que eu cheguei quanto a encontrar paralelos musicais: os anos passam, mas o fundo da coisa é basicamente o mesmo. Mas não vamos entrar no mérito de discutir religiões.

acabei descobrindo algumas particularidades sobre o meu estilo musical - por exemplo, além do fato de gostar bastante de Ska, descobri que tenho uma tendência maior a gostar de rock/pop com pequenos trechos em piano (Coldplay - Clocks; Vanessa Carlton - A Thousand Miles; Box Car Racer - Letters To God; Aditive - Sobre o Tempo) ou teclado (boa parte dos skas), além de músicas divididas entre um cantor e uma cantora (Vast - Touched, que não segue bem a regra; No Use for a Name feat. Dance Hall Crashers - On The Outside, da qual o título deste post foi retirado; MXPX feat. Dance Hall Crashers - My Boyfriend's Back), das músicas revoltadas dos anos 80 (Ira!) e dos covers de bandas que geralmente fogem um pouco mais do mainstream (aí eu não consigo nem citar.) - o que, aliás, esse negócio de fugir do mainstream (indieísmo?) faz parte dessa mania toda. sentir a revolta porque seus sentimentos são controlados pela máquina da mídia, que o tio Sam vai te obrigar a se sentir feliz e triste quando ele quiser. faz parte dessa mania porque é um fator determinante - repare se você começa a falar muito sobre músicas que ninguém conhece (ou pior, de bandas que ninguém nunca ouviu falar). para os receosos, isso não é uma característica negativa.

mas be careful. é extremamente chato falar com pessoas que se acham as entendidas de músicas >> vou generalizar mesmo, os metaleiros costumam ser assim. até mesmo uns emochatos daqui de Santos, é um saco. espero não ter me tornado, nem nunca me tornar um desses. da mesma forma, do outro lado existem aquelas às quais eu gostaria que dessem um valor maior à música, que gostassem um pouco mais de se dedicar a ouvir o que gostem. ouviu, pai?

(tá, eu sei que não ouviu.)

e, só pra finalizar, a música é foda porque ela está em todo lugar. uma das coisas que eu mais gosto nisso tudo é ouvir uma música e lembrar de alguém ou de algum momento. é deixar se levar um momento para lembrar de alguém, de alguma coisa, é deixar aquela sensação gostosa de nostalgia (a mesma que eu já idolatrei, o excesso já repudiei e agora procuro aproveitar na dose certa) controlar um tantinho da sua vida.

happy people :)

4:43 PM.

 

 

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